SBD-GO
NOTÍCIA
10
Dec
O primeiro convidado a abordar o tema foi o médico
dermatologista e coordenador local da Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer
de Pele da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional Goiás (SBD-GO),
Marco Henrique Chaul.
Ele apresentou os três principais tipos da doença. O
primeiro é o basocelular, mais comum e com menor letalidade. “No entanto, não
devemos subestimá-lo pois, após o tratamento, ele pode retornar e lesar ainda
mais o rosto do paciente, que é o local onde mais aparece”, alertou.
Também há o espinocelular, o segundo mais comum, e o
melanoma. Este último é o menos comum, mas mais agressivo e com maior
letalidade. No entanto, Marco Chaul mostrou que, com o diagnóstico precoce, há
até 90% de chances de cura.
Para isso, é essencial divulgar a importância do autoexame,
que o paciente pode realizar seguindo a regra do ABCDE: assimetria da pinta,
bordas irregulares, cores diversas, diâmetro maior do que 6 mm e evolução ao
longo do tempo, se há mudanças na pinta. Além disso, as consultas periódicas
com o dermatologista são fundamentais.
Também esteve presente Leonel Di Carneiro, dermatologista,
membro da SBD e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD). Ele
explicou sobre a cirurgia micrográfica de Mohs, uma técnica utilizada para a
retirada de lesões e tumores de câncer de pele, que objetiva a maior
preservação da região tratada.
“ As peças são cortadas, transformadas em lâminas e
avaliadas durante a cirurgia, com análise de 100% das margens. Assim,
conseguimos verificar onde está o tumor. Junto com o mapa cirúrgico e uma
correta localização, a retirada é feita
apenas nas partes comprometidas, preservando as demais áreas”, explicou o
especialista.
Para contribuir com o debate, participou ainda o médico
oncologista e conselheiro do Cremego, Flávio Cavarsan, especialista em
cancerologia e cancerologia cirúrgica. Ele contou sobre novas drogas aprovadas
para o tratamento dos três principais tipos de câncer de pele e como elas
aumentam a sobrevida do paciente.
“ O melanoma abriu as portas para o novo tratamento
oncológico para todos os outros tumores, graças às terapias que foram
descobertas. Porém, essas terapias são aprovadas apenas para a saúde
suplementar. Não temos nenhuma terapia para melanoma, baso e espinocelular
aprovada para a rede pública de saúde. Então, ficamos com uma angústia grande
porque 77% dos pacientes com câncer de pele no Brasil dependem única e
exclusivamente do sistema público de saúde”, relatou.
Por fim, Marco Chaul comentou sobre as campanhas contra o câncer de pele realizadas pela SBD-GO. “Em 2019, iniciamos o projeto ‘Dermatologia em Ação’, onde escolhemos quatro cidades, Goiânia, Aruanã, Rio Verde e Ceres, para realizar o diagnóstico e tratamento do câncer de pele. Foram mais de mil atendimentos e 400 procedimentos. Em 2020, a pandemia atrapalhou esse projeto, mas queremos retomá-lo no próximo ano, assim que possível”, afirmou.
A live permanece gravada no Youtube do Cremego. Confira: https://www.youtube.com/watch?v=6sMCkrGEVwA