SBD-GO
NOTÍCIA
19
Mar
A
Sociedade Brasileira de Dermatologia - Regional Goiás (SBD-GO) iniciou, no dia
16 de março, uma série de lives, que passam a ser transmitidas semanalmente
pelo perfil da entidade no Instagram (@sbdgo). O objetivo do projeto é explicar
à população um pouco do que é a dermatologia e falar sobre o trabalho do médico
dermatologista, enfocando diversos aspectos da atuação do profissional.
O
tema do primeiro bate-papo foi “Dermatologista: o que trata, quando procurar e
como escolher”. As lives contarão sempre com a participação de dois
dermatologistas e para o primeiro encontro foram convidados o dermatologista e
presidente da SBD-GO, Eduardo Álvares (@dreduardoalvares), e a dermatologista e
coordenadora de Mídias e Redes Sociais da entidade, Maria Lígia Mendonça
(@marialigiadermato).
Eles
começaram a live explicando que a dermatologia é uma especialidade médica,
concentrada no diagnóstico, prevenção e tratamento de doenças da pele, pelos,
cabelos, unhas e mucosas. Além disso, também é indicada para procedimentos
estéticos focados na promoção da saúde, bem-estar e autoestima do paciente.
“A
formação é muito ampla. É preciso cursar os seis anos de medicina e, em
seguida, fazer uma especialização, que dura de 3 a 4 anos. Dentro da
dermatologia, você vai estudar clínica médica, que é a medicina geral. Afinal,
o dermatologista trata do maior órgão do corpo, a pele. Então, precisa ter uma
visão geral do paciente, pois a pele pode manifestar sintomas de doenças que
afetam outras partes do organismo”, explicou Maria Lígia.
Eduardo
acrescentou que, durante todos esses anos de estudo, a imersão na dermatologia
é profunda. “São seis meses ou um ano de clínica médica. Depois disso, o
estudante ficará full time focando na dermatologia. Só então, quando acabar a
residência, ele poderá ir ao Conselho Regional de Medicina e comprovar que é um
dermatologista”.
Eles
explicaram ainda que, quando não é feita uma residência, o médico também tem a
opção de realizar cursos em hospitais escolas, geridos pela Sociedade
Brasileira de Dermatologia (SBD). Contudo, é necessário realizar uma complexa
prova de título depois.
Maria
Lígia afirmou que entender esses processos é importante para evitar enganos.
“Há diversas denominações que podem confundir o paciente. Profissões com nomes
parecidos, mas profissionais que não têm uma formação tão completa quanto o
médico dermatologista”.
Como
procurar um dermatologista?
Outro
ponto abordado na live foi a forma segura de procurar um dermatologista. Para
começar, há a possibilidade de checar se o médico é realmente especialista
nessa área pelo site do Conselho Regional de Medicina (CRM) e também pela
página da SBD-GO. O paciente também pode procurar pela guia do convênio e pedir
indicações para amigos ou familiares.
A
busca pelas redes sociais, hoje uma opção seguida por alguns pacientes, exige
cuidados. Um deles é verificar se o médico não promete resultados milagrosos.
“A gente vê muito na Internet coisas como ‘a cura do melasma’. Porém, alguns
problemas de pele são crônicos, como o melasma, a acne e a rosácea. Por meio de
um bom tratamento, o paciente terá um resultado satisfatório, mas sempre
precisará fazer uma manutenção”, explicou Maria Lígia.
Também
é necessário ter atenção com fotos de antes e depois nas redes sociais. Essa é
uma atitude antiética para os médicos, proibida pelo Conselho Federal de
Medicina (CFM). Além disso, os especialistas contaram que existem vários
truques de luz, posição e até maquiagem para que a imagem do “depois” sempre
seja muito melhor.
Além
da estética
O
presidente da SBD-GO, Eduardo Álvares, ressaltou que a dermatologia não é
apenas a parte estética. Também trata doenças como hanseníase, câncer de pele e
psoríase.
“Somos
especialistas que têm a vantagem de poder ver o problema. Em muitas situações,
apenas com o exame clínico nós já conseguimos traçar um diagnóstico. Por
exemplo, em alguns casos, o paciente chega no consultório reclamando de uma
alergia, mas quando analisamos, vemos que é uma lesão de sífilis”, relatou.
Já
o câncer de pele é o tipo de câncer mais comum no Brasil, mas, felizmente, com
altas chances de cura, quando diagnosticado precocemente. Os médicos explicaram
que, por conta dessa e outras doenças dermatológicas, é indicado que as pessoas
procurem o dermatologista uma vez ao ano, para um check-up, mesmo que não tenha
nenhuma demanda estética.
“Não
é incomum termos um paciente que queria fazer outro tratamento, mas, ao chegar
no consultório, descobrimos alguma lesão cancerígena”, contou Eduardo. Neste
tempo de pandemia, os exames dermatológicos também têm auxiliado no diagnóstico
de casos de Covid-19.
Segundo
Eduardo Álvares, há casos em que o paciente não apresenta os sintomas mais
comuns da doença, mas o exame de lesões na pele leva o dermatologista a
solicitar o teste RT-PCR, que acaba confirmando a contaminação pelo novo
coronavírus.
Vale
a pena ser dermatologista?
Com
um mercado cheio de profissionais que se dizem especialistas em estética, os
dermatologistas falaram que escutam muito de estudantes de medicina sobre se
ainda vale a pena optar pela dermatologia. A resposta dos especialistas é que
sim.
Eduardo
e Maria Lígia explicaram que essa é uma especialidade muito ampla e que o
residente poderá escolher diversos caminhos a seguir na profissão, desde a
estética até o foco em doenças. Além disso, também há a tricologia, o ramo que
estuda os cabelos. Com a Covid-19 e o estresse gerado pela pandemia, já estão
sendo relatados mais problemas de queda dos fios. Portanto, esta é uma área em
que há previsão de crescimento.
“Mesmo
que existam vários profissionais concorrentes de estética, haverá espaço para
um bom dermatologista, que exerce seu trabalho com excelência. É por isso que
eu escolheria a dermatologia sempre, mesmo se pudesse voltar no tempo”,
concluiu Maria Lígia.
A
live permanece gravada no perfil no Instagram da SBD-GO. Você pode conferir
pelo link: bit.ly/3eLcp99. A SBD-GO irá realizar encontros como esse com
assuntos diversos, em todas as quartas-feiras. Acompanhe!