SBD-GO
NOTÍCIA
15
Apr
A live da última quarta-feira (14), da Sociedade Brasileira
de Dermatologia - Regional Goiás (SBD-GO), realizada no perfil da entidade no
Instagram (@sbdgo), abordou o câncer de pele e as cirurgias utilizadas para o
tratamento, como a micrográfica de Mohs.
O tema foi abordado pelo dermatologista, com formação em
Cirurgia Dermatológica e Cirurgia Micrográfica de Mohs, pela Faculdade de
Medicina do ABC (FMABC), e ex-presidente da SBD-GO, Rafael Junqueira (CRM/GO
10491 RQE 6445 @dr.rafaeldermato), e pelo também dermatologista, com formação
em Cirurgia Micrográfica de Mohs pela Sociedade Brasileira de Dermatologia
(SBD), Leonel Carneiro (CRM/GO 10761 RQE 6873 @leoneldicarneiro).
Leonel explicou que o câncer de pele tem um grande impacto
na sociedade. Afinal, é o mais comum no Brasil, segundo o Instituto Nacional de
Câncer (Inca), representando 33% de todos os tipos da doença registrados no
País. Segundo ele, 95% dos tipos de câncer de pele são os carcinomas
basocelulares e carcinomas espinocelulares. Os 5% restantes são os melanomas e
outras formas.
“Temos que reforçar que, quando diagnosticado precocemente,
o câncer de pele tem uma taxa de cura alta, principalmente os não melanomas”,
explicou Leonel, que acrescentou que o diagnóstico precoce também é muito importante
para os melanomas.
O fator mais comum que causa a doença é a exposição
desprotegida ao sol, com danos acumulados durante toda a vida. Além disso, os
médicos também mencionaram as câmaras de bronzeamento e o fototipo do paciente,
como um fator de risco. Isto é, ter pele e olhos claros.
“Faz parte da cultura do brasileiro gostar da exposição ao
sol, como nas praias. Por isso, o câncer está aparecendo cada vez mais cedo. Já
operei paciente de 18 anos com uma lesão que costumávamos ver só em pessoas de
60 anos ou mais”, contou Rafael.
Ele mencionou ainda que o hábito de usar protetor solar é
algo recente e que, até 30
anos atrás, as pessoas ainda costumavam passar bronzeadores.
As consequências ruins estão aparecendo agora, nos consultórios dos dermatologistas.
“Espero que daqui 20 anos, os médicos colham frutos melhores do que estamos
colhendo no momento”, disse.
O diagnóstico
O câncer de pele é diagnosticado pelo médico dermatologista.
Rafael Junqueira afirmou que esses especialistas são bem capacitados para isso.
“Na residência (de dermatologia) trabalhamos com câncer de
pele exaustivamente, do primeiro ao último dia. Portanto, o dermatologista é o
profissional mais indicado para o diagnóstico”, explicou ele.
Leonel acrescentou que a identificação do câncer costuma ser
fácil, com o exame clínico no consultório e com o apoio do aparelho
dermatoscópico. Contudo, costuma-se pedir biópsias para ter maior certeza do
problema.
O tratamento
Existem dois tipos de tratamentos de câncer de pele: o não
cirúrgico e o cirúrgico.
No entanto, os médicos destacaram que a cirurgia é a mais
indicada, pois oferece taxas maiores de cura. Os procedimentos não cirúrgicos
são reservados para lesões pré-cancerígenas ou casos especiais, como quando há
previsão de danos grandes ao paciente ou em pessoas muito idosas. Nessas
situações, pode-se recomendar a radioterapia, terapia fotodinâmica,
eletrocauterização ou medicações.
“Câncer de pele é tratado com cirurgia e ponto. Hoje, além
da cirurgia comum, também temos a micrográfica de Mohs. Na comum, fazemos uma
demarcação da margem cirúrgica e o tumor é retirado em bloco. Depois, é enviado
para análise e o resultado mostrará se ele foi retirado por completo ou não.
Caso não tenha sido, voltamos e retiramos mais. Já na micrográfica de Mohs,
fazemos o controle das margens cirúrgicas durante a cirurgia. Toda a margem é
analisada por microscópio e já observamos se tem ou não tumor residual”,
explicou Leonel Carneiro.
Rafael salientou que a cirurgia micrográfica de Mohs tem a
grande vantagem de “economizar” pele. Isto é, uma menor retirada de tecido e,
consequentemente, menos danos estéticos. Ele lembrou que a maioria dos casos de
câncer de pele estão no rosto.
“A cirurgia micrográfica de Mohs é uma conquista, é um
tratamento de excelência e o realizamos aqui, em Goiânia”, comemorou Rafael. A
recuperação também é simples. A cirurgia costuma ser feita de forma
ambulatorial e com anestesia local. O
paciente volta para a casa após o procedimento. É preciso ter alguns cuidados com o curativo e
os pontos costumam ser retirados em sete dias.
Dermatologia em Ação
Os dermatologistas lembraram do projeto “Dermatologia em
Ação”, da SBD-GO, que atende a população para o diagnóstico de câncer de pele,
principalmente em locais com pouco acesso aos especialistas, como em cidades do
interior. Infelizmente, com a pandemia de Covid-19, a iniciativa foi
interrompida, mas os médicos ressaltaram que ela será retomada assim que
possível.
Lives como essa são realizadas todas às quartas-feiras, no
perfil no Instagram @sbdgo. Esse bate-papo sobre câncer de pele permanece
gravado. Assista pelo link: https://www.instagram.com/p/CNqdVjoBx4p/