SBD-GO
NOTÍCIA
15
Jan
Para celebrar a campanha Janeiro Roxo, AMG promoveu
uma aula com o presidente da Sociedade e com médica dermatologista responsável
pela vigilância em hanseníase da SES-GO
A
campanha Janeiro Roxo aborda a conscientização de uma doença considerada a mais
antiga, mas ainda rodeada de mitos: a hanseníase. Com o objetivo de mudar esse
cenário e promover informação de qualidade, a Associação Médica de Goiás (AMG)
convidou para uma live o presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia -
Regional Goiás (SBD-GO), Marco Chaul.
Junto
com ele, os conhecimentos também foram repassados pela médica dermatologista,
mestre e doutora em Medicina Tropical, Ana Lúcia Maroccolo. Ela iniciou a
apresentação mostrando que o Brasil é o segundo país com o maior número de
casos de hanseníase, atrás apenas da Índia.
Segundo
o Ministério da Saúde, em 2022, foram diagnosticados mais de 17 mil novos
casos.
Porém,
a transmissão da doença, gerada pela bactéria Mycobacterium leprae e disseminada pelas gotículas da respiração e
saliva, não ocorre de forma rápida. É preciso ter um contato prolongado e
íntimo com a pessoa infectada, sendo que o período de incubação é de dois a
sete anos, em média, mas podendo chegar a até três décadas.
“95% dos indivíduos que entram em contato não irão adoecer, em razão da
resistência natural que possuem”, esclareceu ela, que atua na Área Técnica de
Hanseníase da Superintendência de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado
da Saúde de Goiás (SES-GO).
Apesar de ser uma doença negligenciada, ou seja, que não recebe tantos
investimentos, novas iniciativas são marcantes para o diagnóstico da
hanseníase, como lembrou o presidente da SBD-GO, Marco Chaul. Um deles é o
teste rápido criado pela Universidade Federal de Goiás (UFG).
Ele contou ainda a respeito de sua experiência nos atendimentos no
sistema público de saúde, “Muitos pacientes passavam por quatro ou cinco
médicos para receber o diagnóstico. Então, essa educação médica continuada é de
extrema relevância”, comemorou o médico dermatologista, que também elogiou as
ações de conscientização realizadas pela SES-GO e UFG destinadas aos
profissionais de saúde, como cartilhas e videoaulas.
“A hanseníase tem um espectro de apresentação muito grande, com lesões
de todos os tipos. Por isso, o médico da atenção primária tem que estar sempre
com a ‘antena ligada’ para analisar se aquela lesão de pele é hanseníase e
fazer o diagnóstico precoce”, acrescentou.
Existem
tratamentos e cura
Os
especialistas também ressaltaram a respeito do tratamento da hanseníase, que é
feito com medicação, incluindo opções destinadas ao público pediátrico.
Outro
mito quebrado é a antiga ideia que o paciente precisaria ficar em isolamento.
Na verdade, é possível manter a convivência familiar naturalmente, apenas com
alguns cuidados para lidar com possíveis efeitos colaterais dos medicamentos.
O
critério para a alta é baseado somente na conclusão do tratamento. Os médicos
alertaram que é normal ter uma demora para a negativação dos exames e
desaparecimento das lesões, mas com os cuidados certos, o paciente alcança a
cura.
Confira a live completa na página no Facebook da AMG: https://fb.watch/pAYSvLyUB4/