SBD-GO
NOTÍCIA
03
Jul
Dermatologista convida vítimas de complicações com PMMA a participarem de pesquisa
O objetivo é entender mais sobre os riscos relacionados a injeções de polimetilmetacrilato, um preenchedor definitivo que tem causado infecções, inflamações e até insuficiência renal
Há tempos, médicos e instituições médicas, como o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), alertam sobre os riscos do uso indiscriminado do polimetilmetacrilato (PMMA) em procedimentos para preenchimentos em grandes áreas do corpo. É sabido que esse uso pode causar complicações imediatas e tardias, como nódulos, irregularidades irreversíveis na pele, necroses, infamações e infecções na área aplicada.
E novas complicações estão sendo identificadas, como a insuficiência renal, o que já levou a Sociedade Brasileira de Nefrologia a fazer um estudo sobre essa associação. Em Goiás, a médica dermatologista, mestre e doutora (Unifesp) e professora Dermatologia/Cosmiatria (UFG), Mayra Ianhez, já identificou, junto com alguns nefrologistas, cinco casos de pacientes com insuficiência renal relacionada ao uso de PMMA.
Pesquisa
Para saber mais sobre esse assunto, entender melhor o tempo decorrido entre a aplicação e a complicação, qual o produto injetado, quais as áreas afetadas, os fatores de risco para complicações, como se deu o atendimento desta complicação e qual foi o resultado desse tratamento, a médica está realizando uma pesquisa com pacientes vítimas do uso do PMMA.
Mayra Ianhez explica que o projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (UFG) e tem a colaboração do professor titular da Universidade Estadual Paulista (Unesp), dermatologista Helio Miot; da dermatologista Eliandre Palermo, membro do Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo); da também dermatologista Gabriela Munhoz (RJ) e do cirurgião plástico Marcelo Prado (GO).
O resultado da pesquisa vai contribuir com um maior entendimento do comportamento dessas complicações, muitas vezes imprevisíveis, o que poderá ajudar na prevenção e no tratamento de pacientes.
Para dar sequência ao trabalho, a médica conta com a participação de pessoas que enfrentaram ou ainda enfrentam complicações decorrentes do uso do PMMA. O questionário está disponível na bio da dermatologista no instagram (@dramayraianhez) e o tempo de resposta gira em torno de cinco de minutos. Os pesquisadores garantem a confidencialidade e a privacidade das informações, incluindo a preservação total da identidade do paciente, que não precisa se identificar.
“Precisamos saber mais sobre os efeitos deste produto. Hoje, falam em PMMA de quarta geração, menos danoso, mas esses novos produtos também têm complicações”, alerta, convidando os pacientes que enfrentam esse problema a contribuírem a pesquisa, com a comunidade científica e com a melhoria da assistência a quem necessita.