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NOTÍCIA
02
Dec
Uma pequena verruga que apareceu no nariz da bacharel em Direito Alessandra Barboza Leal, de 34 anos, acendeu o sinal de alerta. Por insistência de amigos, ela procurou um dermatologista e, após a biópsia no início do ano, descobriu que estava com o tipo mais frequente de tumor no Brasil: câncer de pele. “Você nunca está preparado para um diagnóstico desses”, conta Alessandra. O problema é tão sério que dezembro ganhou a cor laranja na aquarela que se tornou o calendário do ano.
Sociedades médicas, mídia e instituições públicas e privadas se mobilizam para, durante todo mês, informar as pessoas sobre a importância do diagnóstico precoce e prevenção do câncer de pele. No caso de Alessandra, que tem histórico familiar da doença, a assistência médica ainda no início do tumor foi fundamental para a cura. O susto também serviu para mudar alguns hábitos. “Tenho a pele muito clara e nunca dei muita importância para a proteção solar. Hoje entendo isso de uma outra forma”. Pintas, verrugas, casquinhas e feridas que não cicatrizam são alguns dos sinais clássicos do câncer de pele.
Porém uma das grandes dificuldades do diagnóstico é que o mal é silencioso, não gera dor, nem sintomas claros. Existem três tipos de câncer de pele: o carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular e o melanoma. “O melanoma é o tumor mais raro, menos de 4% de todos os cânceres de pele, porém mais agressivo e mais letal, pela grande possibilidade de metástase à outros órgãos. Os tumores não-melanoma apresentam lento crescimento, localmente invasivo e raramente resulta em metástase”, explica o médico dermatologista Bruno de Souza Machado.
A gravidade do melanoma geralmente se dá por causa do diagnóstico tardio – se descoberto no início, há praticamente 100% de chances de cura. Uma das principais causas da doença é a exposição excessiva à radiação ultravioleta do Sol em pessoas geneticamente predispostas ou com história de sensibilidade à luz. Existem três tipos de radiação ultravioleta: A, B e C. Todas as três são perigosas e podem penetrar na células da pele. “A UVA é a mais comum, e responsável pelo envelhecimento cutâneo. UVB é menos comum porque é, em parte, absorvida pela camada de ozônio, mas ainda assim é o principal responsável pelas alterações que predispõem ao câncer de pele. Já a UVC é a menos perigosa, uma vez que é quase toda absorvida pela camada de ozônio”, ensina Bruno.
Como prevenção, o dermatologista diz que não existe uma medida específica que, isoladamente, garanta adequada fotoproteção. Por isso a recomendação da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) é a combinação do maior número possível de medidas. Isso inclui se proteger do Sol com chapéus, camisetas e protetores, principalmente entre 10 horas e 16 horas, além do uso do filtro solar com amplo espectro (superior a 30) e com proteção UVA (mínimo 1/3 do valor de FPS). Isso vale também para os dias nublados. “Ao observar dor, coceira, crescimento ou mudança de forma das pintas, é preciso procurar imediatamente um especialista”, ensina.
Bruno Machado: “É preciso procurar imediatamente um especialista” (Foto: Marcello Dantas/O Popular)
Data: 2 de dezembro de 2017
Veículo: Jornal O Popular
Mídia: Web (portal)/ Impresso
Assunto: Dezembro Laranja:
Título: “Dezembro Laranja” entra no calendário médico como o mês de prevenção ao câncer de pele
Fonte: https://www.opopular.com.br/editorias/magazine/dezembro-laranja-entra-no-calend%C3%A1rio-m%C3%A9dico-como-o-m%C3%AAs-de-preven%C3%A7%C3%A3o-ao-c%C3%A2ncer-de-pele-1.1407851